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Centro de Custos
CENTROS DE CUSTO
INTRODUÇÃO
A definição clara dos centros de custos é fundamental para apuração e controle dos gastos e para a manutenção de um sistema de custo eficiente.
A classificação possui as finalidades de:
- facilitar a apuração dos gastos relacionados com o trabalho realizado em cada setor, facilitando, posteriormente, a sua apropriação por produto;
- caracterizar a responsabilidade pelos gastos ocorridos em cada setor.
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
Os centros de custos são constituídos por setores ou áreas da empresa que executam atividades homogêneas e que permitem a apuração dos gastos dessa atividade.
Os centros de custos são classificados em produtivos (diretos) ou não produtivos (indiretos), também chamados auxiliares.
Geralmente, essas duas classificações se relacionam à produção. Os não produtivos, em uma classificação mais ampla, incluem os setores administrativos e comerciais.
A identificação e o tratamento a ser dado ao respectivo gasto deve levar em consideração as necessidades posteriores de análise do ponto de vista gerencial e de controle. Com esse objetivo, a classificação pode ser mais detalhada.
A classificação dos centros de custos deve ser consistente com a estrutura da organização. Esta classificação deve ser definida especificamente de acordo com as condições, peculiaridades e conveniências de cada empresa, devendo refletir uma decisão conjunta entre o responsável pelo custo e a administração.
APURAÇÃO DOS GASTOS
Para atender o que dispõe a legislação do Imposto de Renda (custeio por absorção), os gastos devem ser apurados em três grupos: material direto ou matéria-prima, mão-de-obra direta e gastos gerais de fabricação.
O controle por centros de custo deve ser exercido sobre a mão-de-obra direta e sobre os gastos gerais de fabricação, para auxiliar na análise das variações e nas explicações sobre o comportamento dos custos.
A classificação dos centros de custos deve ser comunicada a todos os setores da empresa, de forma que todos tenham conhecimento de como se pretende apurar e controlar os gastos.
A indicação do número do centro de custo passa a ser obrigatória em toda documentação destinada a indicar uma despesa. Nessa etapa, a contabilidade geral ou de custo passa a desempenhar a tarefa importante de treinar os envolvidos nessa classificação.
O plano de contas deverá ser estruturado de forma em que todos os custos estejam separados por sua natureza específica e pela sua aplicação (direto, fixo, indireto) e, também, deverá ter as contas englobadas de acordo com os critérios definidos pelo controle orçamentário.
A legislação fiscal deixa a critério da empresa decidir pela apuração diária desses gastos na dependência da complexidade de sua obtenção, principalmente quanto à folha de pagamento.
A apuração mensal é obrigatória para fins de custeio por absorção, incluindo os custos fixos e variáveis.
ETAPAS PARA A APURAÇÃO DO CUSTO
A primeira etapa consiste na classificação dos custos por natureza. Esta separação deve ser analisada cuidadosamente, com o objetivo de detectar possíveis variações significativas.
Nessa análise efetuamos a verificação da adequação dos gastos com os volumes de produção do mês corrente.
Para efetuar essa análise a contabilidade de custos faz uso de métodos de comparação e estatísticos.
Falhas nessa análise poderão conduzir a erros na apuração do custo do produto, cuja descoberta e correção posterior poderá acarretar perda de tempo.
A segunda etapa consiste em transferir os custos dos setores de apoio ou auxiliares aos setores produtivos.
Os setores que realizam trabalhos diretamente relacionados aos produtos possuem dois componentes no custo: o dele próprio e o dos setores de apoio.
Um dos maiores problemas dos sistemas de custeio é o de como transferir esse custo dos setores de apoio aos setores diretos.
O método adotado para as transferências de custo é o do rateio de gastos, que para ser realizado exige que as atividades desses centros de apoio possam ser medidas através de unidades, mediante as quais se possa conhecer a quantidade total de atividade executada.
As unidades de medida mais comumente empregadas são a hora-homem, a hora-máquina, o quilograma, o metro, o litro, o volume das peças produzidas, etc.
Para a transferência dos setores de apoio ou auxiliares para os diretos devemos, inicialmente, efetuar uma análise dos serviços prestados pelos diversos setores indiretos aos outros setores de apoio ou mesmo aos setores comerciais e administrativos.
Cuidados especiais deverão também ser tomado quando os setores de apoio, como de manutenção, executam trabalhos com características de Ativo Imobilizado. Os seus custos deverão ser transferidos a esses ativos.
Após as análises dos serviços prestados por todos os centros de custos de apoio, é possível estabelecer critérios para a transferência desses custos aos demais setores, principalmente aos centros diretos. Essa é a principal característica do custeio por absorção. Todos os custos da fábrica deverão ser absorvidos no custo do produto e daí transferidos para os estoques de produtos.
Uma vez definidos os critérios poderemos efetuar a transferência dos custos dos setores de apoio para os diversos setores recebedores.
A legislação do Imposto de Renda dispõe que o sistema de custo deverá ser integrado com o sistema de contabilidade e essa integração é representada pelo registro na contabilidade de todas as etapas da apuração do custeio, inclusive as transferências entre os setores.
Para possibilitar essa contabilização deveremos ter no plano de contas centros de custo e contas contábeis de natureza credora, para serem utilizadas como ponte entre um setor e outro quando das transferências de gastos.
A transferência adequada ao custo de produção depende também da análise e seleção da base de rateio mais adequada para cada setor.
Os tipos mais utilizados para atribuição de gastos por produtos são:
- bases representando unidade de produção:
- número de itens produzidos;
- números de metros, galões, etc;
- bases representando elementos de custo:
- custo da mão-de-obra direta;
- custo do material;
- custo do material e da mão-de-obra direta;
- bases representando tempo de processamento:
- horas de mão-de-obra direta;
- horas-máquina.
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